21 de junho de 2010

Acontece

Bateram à minha porta em 6 de agosto,
aí não havia ninguém
e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira
e transcorreu comigo, ninguém.

Nunca me esquecerei daquela ausência

que entrava como Pedro por sua causa
e me satisfazia com o não ser,
com um vazio aberto a tudo.

Ninguém me interrogou sem dizer nada

e contestei sem ver e sem falar.
Que entrevista espaçosa e especial!

.Pablo Neruda.


Nenhum comentário:

Postar um comentário